Um artigo do Público de hoje recordou-me um estranho episódio que se passou comigo numa dependência bancária. Estando a pensar adquirir casa, andei de banco em banco, em busca das melhores condições. Tinha terminado o curso há poucos anos, e na minha profissão não eram necessários fatos, nem fatiotas. Fui vestida normalmente – calças de tecido, camisa, ténis.
Depois de ser olhada de alto a baixo, por quem me atendeu, várias vezes, e em tom depreciativo, lá me começaram a fazer a simulação, sempre como se de especial favor se tratasse. Já no final perguntam-me se era cliente ou se tinha ficha com eles. Não me recordava, pelo que lhe dei os dados básicos para fazerem a pesquisa.
O que foi surpreendente foi a resposta que recebi. “Ah! Mas está aqui ficha feita na faculdade! Há 5 anos! Então já terminou o curso! Peço imensa desculpa, devia estar a tratá-la por doutora!”. Agora já em tom de desculpa, quase com vénia, levantado e com ar de pânico. Resultado. A diferença de tratamento deu-me uma volta ao estômago, fugi e nunca mais voltei a entrar.